Araquém Alcântara/ Reprodução
Pesquisador da Ufal desenvolve algoritmo para prever fenômenos climáticos extremos por meio de inteligência artificial.
Se liga nessa novidade do mundo tech! Um meteorologista brasileiro está revolucionando o modo como prevemos secas-relâmpago, um fenômeno que está se intensificando devido às mudanças climáticas. Humberto Barbosa, da Universidade Federal de Alagoas, está utilizando inteligência artificial para prever eventos climáticos extremos, contribuindo para uma melhor resposta em situações de emergência.
Devido às mudanças climáticas, fenômenos como a seca-relâmpago, que têm uma curta duração mas uma intensidade devastadora, exigem intervenção humana para serem corretamente identificados. Com o intuito de prever e alertar sobre estes eventos extremos, a tecnologia desenvolvida pelo professor Humberto Barbosa se mostra crucial, especialmente após os eventos de queimadas no Pantanal, que foram intensificadas por secas-relâmpago.
As condições climáticas que provocaram uma seca-relâmpago colocando à prova a ecologia do Pantanal e trazendo chuvas extremas ao Rio Grande do Sul foram monitoradas através de satélites e sistemas de coleta de dados, que analisam milhões de informações. A interpretação desses dados, antes da ocorrência de desastres, é um dos grandes desafios enfrentados pelos especialistas.
No contexto atual, o professor Barbosa desenvolveu um modelo baseado em inteligência artificial para detectar essas secas-relâmpago. “Essas secas são um novo tipo de seca, resultado das mudanças climáticas”, explica ele. Diferente do processo lento de desertificação convencional, a seca-relâmpago é um evento que ocorre rapidamente e que exige estratégias específicas de previsão.
O uso da IA, especialmente através de Redes Neurais Convolucionais (CNNs), permite um avanço considerável. Este tipo de tecnologia é muito utilizado para processamento de imagens, detectando padrões que podem ser cruciais para prever fenômenos climáticos. Sob a direção de Barbosa, a pesquisa foi realizada no Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Ufal, em colaboração com instituições na Alemanha e na Índia.
Barbosa esclareceu que a intenção do modelo é identificar secas-relâmpago sem a necessidade de interpretação manual, utilizando dados coletados por satélites. Para o treinamento do modelo, um conjunto de dados de uma grande seca ocorrida no Brasil em 2012 foi analisado, e o algoritmo demonstrou eficácia na previsão dos eventos.
O estudo destaca que o fenômeno em 2012 durou 28 dias e teve repercussões em uma seca tradicional que se estendeu por seis anos, um evento sem precedentes desde 1860. O próximo passo é aprimorar essa tecnologia para que a inteligência artificial possa prever e alertar sobre eventos climáticos extremos, facilitando a adaptação e mitigação dos impactos.
Os pesquisadores acreditam que, no futuro, a IA com dados mais frequentes poderá superar a eficiência dos climatologistas. Essas informações em alta frequência, como dados de umidade do solo coletados a cada cinco minutos, potencializam a capacidade de resposta às mudanças climáticas.
Recentemente, o mapeamento do solo revelou que as secas-relâmpago têm se intensificado, afetando severamente o Centro-Sul do Brasil e incendiando áreas vastas do Pantanal, com mais de 764 mil hectares queimados. Os impactos são alarmantes, especialmente para a fauna e para o meio ambiente.
Barbosa fez um alerta: as secas-relâmpago podem se espalhar rapidamente para a Amazônia, apresentando riscos ainda maiores do que os já observados nas regiões afetadas. Um plano de ação urgente por parte do Ministério do Meio Ambiente é vital.
A iniciativa do professor Humberto Barbosa em utilizar a inteligência artificial para prever secas-relâmpago não só é uma inovação na abordagem aos desafios climáticos contemporâneos, mas também um passo fundamental na melhoria da segurança climática. A utilização de algoritmos para antecipar eventos extremos pode salvar ecossistemas e mitigar impactos desastrosos. Este tipo de tecnologia é essencial para acompanharmos a evolução climática e enfrentarmos os desafios que ela traz.
Opnião do Redator!
A possibilidade de prever eventos extremos climáticos como as secas-relâmpago é um avanço poderoso em tempos de tantas mudanças climáticas. Essa tecnologia pode não apenas salvar vidas, mas também ajudar a preservar nosso meio ambiente. Vamos acompanhar de perto essas inovações!
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